A AsBEA-SC realizou uma palestra em parceria com o ICom (Instituto Comunitário Grande Florianópolis) sobre os “Sinais Vitais Florianópolis”, ou seja, um check-up da cidade realizado por este grupo. O objetivo desta palestra foi mostrar para os arquitetos e empresas associadas, de forma simples acessível e clara, informações relativas a questões sociais, econômicas e ambientais de Florianópolis.
O trabalho é o resultado de uma técnica de avaliação das cidades, por meio da análise de um conjunto de indicadores de vitalidade e sustentabilidade, que propõe reflexões para temas como: população, educação, meio ambiente, transporte, segurança, bem estar, qualidade de vida, tecnologia e investimentos municipais.
Este trabalho foi mostrado através de um relatório realizado pelo ICom em parceria com a Fundação Avina e o CFC (Community Foundations os Canadá) e o apoio da Organização Cidade Democrática.
O evento reuniu vários arquitetos e foi um sucesso. Hoje o relatório encontra-se na biblioteca da AsBEA-SC, na nova sede.
Abaixo veja na íntegra alguns textos retirados do relatório:
“Ilha da Magia. Paisagens de cartão postal. Qualidade de vida. Natureza exuberante, praias, tranquilidade. São inúmeras as imagens positivas sobre Florianópolis, conjunto de atrativos que tem provocado um fenômeno migratório de grandes proporções, resultando em fortes pressões sobre os recursos locais. De fato, existem aspectos que diferenciam Florianópolis em relação a outras cidades brasileiras e a tornam pólo de atração.
- Como capital de estado, é um centro de decisões. Esse é um importante diferencial, levando-se em conta que, dos mais de 5.000 municípios brasileiros, apenas 27 são capitais estaduais.
- Boa parte do seu território localiza-se na Ilha de Santa Catarina, com muitas montanhas e praias, formando um cenário de rara beleza. Mas tal aspecto tem sido alterado de forma bastante rápida, com intensa urbanização e expansão imobiliária.
- Desde sua origem, foi local de visita ou destino de pessoas vindas de diversas partes de mundo e várias regiões do Brasil. É característica da cidade conter tanto valores “provincianos”, como “cosmopolitas”.
- cada vez mais, Florianópolis abriga espaços contraditórios, com a existência de condomínios de luxo edificados ao lado de comunidades desprovidas de condições de vida digna.
Aos poucos Florianópolis fica mais próxima da realidade brasileira do que da onírica “Ilha da Magia”.
Aos cidadãos, cabe refletir e questionar:
- É possível melhorar este quadro?
- Podemos harmonizar essa tendência de crescimento com nossos melhores valores e características, que tornaram a cidade tão atraente?
- Hoje, quais são as estratégias propostas para o futuro da nossa cidade? Quem as propõe e quantos cidadãos as conhecem?
Respostas para tais questões podem ser construídas a partir de alguns pressupostos:
- Os caminhos da sustentabilidade devem ser descobertos e construídos pelo conjunto da população e não por soluções meramente técnicas ou administrativas.
- É preciso conhecer profundamente a realidade local e do seu entorno, para que sejam criadas alternativas viáveis e representativas.
- É imprescindível construir de forma participativa um projeto de cidade e de sociedade.
- Precisamos estabelecer objetivos de desenvolvimento e, principalmente, cumprir metas que contribuam para consolidar as bases sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais.
Ao fazer esse check-up da cidade, o relatório tem por objetivo estimular reflexões. Cabe a cada cidadão sonhar a sua Florianópolis. E assumirmos todos a grande tarefa de construí-la.”
Esses pontos de reflexão muito bem colocados no relatório mostram uma realidade da cidade de Florianópolis. Diante disso, podemos nos perguntar: “Essa é a cidade que queremos?”
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